ROUPA COM EMOÇÃO
“Conrado Segreto não era apenas apaixonado pela moda, era alucinado”, define a jornalista de moda Lilian Pacce. A força e o vigor dessa paixão podem ser compreendidos de diversas formas: na construção laborosa de suas peças de roupa (muitas delas com o lado avesso tão admirável quanto o direito), na dimensão passional do design de moda (infiltrado esteticamente por uma intensidade dramática, conferindo à mulher uma aura de poder) e pelo formato de suas apresentações (shows carregados de teatralidade, que se tornaram verdadeiros emblemas na história dos desfiles de moda do Brasil).
Foram apenas quatro desfiles: ao som de harpas e violinos, na Casa Rhodia (1989); dentro da Fundação Armando Álvares Penteado (1990), que mais tarde se tornaria palco para tantas outras apresentações de moda; mesclando “alta-costura” ao ready-to-wear, no Museu do Ipiranga (1990); e, por fim, na Casa Manchete (1991), um ano antes de seu falecimento precoce.




Parka Georgette
Coleção Luxo 1989
À prova do tempo: o vestido-parka de georgete de seda com animal print de zebra teve suas plumas tingidas nas mesmas cores da estampa. Originalmente desfilado pela modelo Claudia Liz na Casa Rhodia (1989), foi usado mais tarde em shootings de moda por Alessandra Berriel e, mais recentemente, Bruna Marquezine.
FOTOGRAFIA de Conrado Segreto [retrato]. Phytoervas Fashion – Conrado. São Paulo: [s.n.], [199-?].



Vestido-parka de georgete de seda com animal print de zebra e plumas tingidas nas mesmas cores da estampa (Casa Rhodia, 1989)
Vestido “Bordado de Fitilhos”
Coleção Alta Costura 1991



Vestido de veludo de seda branca com aplicação de bordado de fitilhos (1990)
“Eu tinha 14 anos quando fiz essa foto e lembro que quando vi o vestido na arara, pensei, ‘meu deus, é um vestido de noiva!’. Além de ser uma imagem poética do [fotógrafo] Miro, é uma foto que me traz boas lembranças: foi quando vesti essa roupa que meu amor pela moda começou”
– ISABELLA FIORENTINO
Vestido “Veludo”
Coleção de 1991



Vestido de veludo alemão verde com saia de cetim bucol café (Casa Manchete, 1991)
Vestido “Penas”

REVISTA D’. Segredo em primeira mão. Revista d’, São Paulo, p. 12, 17 jun. 1990.
Coleção de 1990


“Quando você vê as mulheres desfilando na década de 1980, elas têm uma atitude na passarela. E a roupa do Conrado pedia que essa atitude fosse absolutamente intensificada: as paradas eram importantes, os pivôs eram importantes. Assim como a sua moda, os desfiles do Conrado sempre foram muito dramáticos e emocionantes”
– CARLOS PAZETTO
Vestido de veludo de seda com aplicação de penas (Museu do Ipiranga, 1990)
Vestido “Noiva”



Vestido de noiva de shantung de seda (Museu do Ipiranga, 1990)
Coleção de 1990
Parka “de Camurça”
Coleção de 1990



Vestido-parka de camurça coberto com paetês (FAAP, 1990)
“A mulher não quer mais usar o trench-coat (...), quer glamour explícito”, declarou Conrado Segreto na década de 1990. Sua versão para uma peça tradicional, portanto, traduz os códigos clássicos de viés esportivo para uma visão brilhante, noturna e decididamente sofisticada.
Vestido “Preto”


Vestido-redingote de veludo com gola de organza recortada (Museu do Ipiranga, 1990)
Coleção de 1990
