MODA DE ATELIÊ
Não é raro deparar-se com o termo couturier ao lembrar Conrado Segreto. Produto de uma geração da moda nacional que sucedia a era de ouro dos costureiros – época em que modelos eram chamadas de “manequins” e a alta sociedade brasileira ainda importava parte de seu guarda-roupas de Paris –, o estilista criou o que a consultora de moda Costanza Pascolato define como “moda de ateliê”, ressignificando uma habilidade técnica digna de couture para um propósito com uma nuance despojadamente luxuosa, enquadrada dentro do prêt-à-porter. “Ele tinha um requinte, tinha aquela tradição toda em termos de silhueta e formas, mas a diferença é que levou ironia para suas criações. Mesmo com todo o luxo, Conrado colocou um tempero pop na moda”, afirma Costanza.
Sua tipologia de estilo fala, portanto, da decisão de traçar um caminho independente das orientações estéticas vigentes no momento, na contramão de tudo aquilo que era moda no final dos anos 1980, em prol de uma assinatura única e individual. “A mulher não quer mais o trench coat, e sim o vestido decotado, com glamour explícito. Cabe a mim manter viva a imagem da mulher feminina”, declarou o estilista.




Conjunto “Cetim Bucol”




Conjunto de cetim bucol com aplicação de fitas em debrum (Casa Manchete, 1991)
Coleção de 1991
Vestido “Seda Vermelha”
Coleção de 1991

Vestido de zibeline de seda vermelha (Casa Manchete, 1991)


“A gente ‘crescia’ quando colocava um vestido de Conrado Segreto. A roupa é capaz de oferecer isso: a possibilidade de você transmitir uma identidade com força”
– LAURA WIE
Vestido “Pétalas”

WOLFENSON, Bob. [Fotografia de Rodolfo Scarpa ao lado de manequins]. In: SAMPAIO, Alice. Os jovens que dão vida ao passado. Exame VIP, São Paulo, p. xx-xx, [ano].


Vestido de gazar de seda rosa (Casa Manchete, 1991)
Coleção de 1991
Alessandra Berriel em desfile na Casa Manchete, 1991.
Vestido “Flores”
Coleção de 1991

EXAME VIP. Os jovens que dão vida ao passado. São Paulo: Editora Abril, ano ?, n. ?, p. ?, [199-]. Reportagem de capa.


Vestido com saia de organza, bordados e aplicações de flores (Casa Manchete, 1991)
“Lembro profundamente do desfile na Casa Manchete. A hora em que eu entrei na passarela, sob a luz do pôr do sol e ao som de violinos, foi mágica. Eu me arrepiei! Conrado tinha essa poesia”
– CLAUDIA LIZ
Revista Phytoervas Fashion, 1993
Parka “Poá”
Coleção de 1990/1991
Conrado Segreto adicionava às criações ultrafemininas uma modernidade até então desconhecida por esse universo. Um dos melhores exemplos é sua reinterpretação da parka, peça de origem utilitária que, sob sua ótica, surge na forma de vestido evasê.
Vestido de zibeline de seda estampado com poá (1990/1991)



Parka Vichy


Conrado Segreto adicionava às criações ultrafemininasuma modernidade até então desconhecida por esseuniverso. Um dos melhores exemplos é suareinterpretação da parka, peça de origem utilitáriaque, sob sua ótica, surge na forma de vestido evasê.
Vestido-parka lamê com padronagempied-de-poule e faixa rosa (FAAP, 1990)
Coleção de 1990
Vestido “Cetim de Seda Vermelho”


Vestido de cetim de seda vermelha e par de luvas (peças feitas sob medida, acervo Carla Domingues Gentil Moreira, 1991)
Coleção de 1991
Vestido feito sob medida por Conrado Segreto para a mãe de Carla Domingues Gentil Moreira, gentilmente cedido por ela para a exposição.